“Memória
viva, uma visão interdisciplinar: o passado e o presente através da Revista
Pedagógica do IEMG”
Ronaldo Campos
Mestrado em Estética e Filosofia da Arte pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Graduado em História e Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Professor de História do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG)
E-mail: campos.ronaldo5@gmail.com
Resumo
O trabalho em
questão aborda um dos projetos realizados pelo Instituto de Educação de Minas
Gerais (IEMG) com apoio do Colégio e Pré-vestibular Chromos, sob coordenação do
professor Ronaldo Campos. Este projeto surgiu a partir das comemorações do
centenário de fundação da Escola Normal Modelo e teve como objetivo a
implantação da educação patrimonial e de para gerar o sentimento de
pertencimento, identidade e preservação do Instituto de Educação. Dentro dessa
perspectiva, foi criada uma revista impressa destinada a resgatar a memória
escolar, divulgar os trabalhos e pesquisas de alunos e professores do IEMG que
contribuiu no processo de conscientização.
Palavras-chave:
memória –
narrativas – cultura material escolar - preservação
do patrimônio
O
artigo em questão aborda o projeto “Memória viva, uma visão interdisciplinar”,
realizado no Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) em parceria com o
colégio e o pré-vestibular Chromos, sob a coordenação de Ângela Machado Teles,
Ronaldo Campos e Rosa Maria Ribeiro Vicente. O eixo fundamental desse projeto surgiu
na época da comemoração do centenário de fundação da Escola Normal de Belo
Horizonte (1906-2006) visando preservar e divulgar a história e a importância
dessa instituição escolar através de ações que visavam sensibilizar alunos,
professores, funcionários e demais membros da comunidade escolar para uma
mudança radical de atitude, a saber, de espectadores passivos da proteção e
preservação do patrimônio artístico-cultural para protagonistas ativos desse
processo. Conscientizando-os do papel de formador e divulgador permanente da
memória e do patrimônio cultural do seu grupo social e, em especial, do
Instituto de Educação de Minas Gerais. Pois, acreditamos, que não basta
simplesmente restaurar a estrutura arquitetônica, é impressindível também construir
a consciência de preservação, apropriação e proteção naqueles que vivem o dia a
dia da escola a partir de ações propostas pela educação patrimonial.
O
Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) é uma escola tradicional de grande
destaque no cenário estadual e nacional. Responsável pela formação de muitas
gerações de mineiros. É uma das maiores escolas da rede estadual de Minas
Gerais atendendo a educação infantil, o ensino fundamental, o ensino médio, o
magistério pedagógico e a educação de jovens e adultos. Localizado atualmente
no bairro Funcionários, no quarteirão central que se extende da rua Pernambuco
à rua Paraíba, da rua Timbiras à avenida Carandaí, tem a sua origem na fundação
da Escola Normal Modelo, pela Lei nº 439, de 28 de setembro de 1906. Instalada
oficialmente na capital mineira no no mês de março de 1907 sob a direção de
Aurélio Pires e responsabilidade e fiscalização do Secretário do Interior, na
época, Manuel Thomaz de Carvalho Britto.
A
criação da escola normal da capital se insere dentro de uma ampla reforma da
instrução primária que buscava um novo profissional, técnico e competente,
pois, de acordo com o relatório do governo apresentado pelo Secretário do
Interior, Delfim Moreira, os professores mineiros que atuavam naquela época não
possuiam uma formação adequada. Sendo impressindível “
[...]
melhorar as condições de capacidade profissional do futuro professor, não seria
desacertada a criação nesta capital, de um instituto normal superior,
estabelecimento modelo, calcado sob os melhores moldes, destinado a servir de
tipo ou paradigma aos outros estabelecimentos iguais, criados ou equiparados, e
a preparar professores para as escolas singulares das cidades, as grupadas que
fossem instituídas e as normais inferiores (MINAS GERAIS, 1905, p.123).
Seu
edifício de alto valor artístico e histórico foi concebido para ser o Gynasio
Mineiro. O projeto original é de autoria do desenhista e arquiteto Edgar
Nascentes Coelho e sua execução de Francisco Soucasseaux, Aurélio Lobo e Bento
Medeiros. Adotou o espírito do estilo oficial utilizado para as edificações da
época em que se projetou a nova capital: um ecletismo mesclado com elementos
neoclássicos e de outras escolas artísticas. A construção teve início em 1897 e
finalizada no ano seguinte, “mas o prédio teve outra função. Foi destinado pelo
governo para a instalação do Tribunal de Relação e demais departamentos do
fórum” (CAMPOS, 2012, p.08) Em 1909, a Escola Normal Modelo foi transferida
para o prédio do Tribunal de Relação, na rua Pernambuca, 47. De 1926 a 1930,
foi realizada uma ampla reforma desse prédio quando foi apresentada a nova
fachada desenhada pelo arquiteto Carlos Santos, o mesmo do Grupo Escolar Pedro
II. Em 1946, pela Lei Orgânica do Ensino
Normal - Decreto-Lei n. 8.520, de 2 de janeiro, a Escola Normal Modelo passou a
ser designada de Instituto de Educação do Estado de Minas Gerais (IEMG) e a Escola de Aperfeiçoamento
foi substituída pelo Curso de Administração Escolar (CAE) ministrado a partir
de então pelo IEMG. A nova instituição
escolar passava a ter por função atuar na formação de
professores para o ensino normal e para a ocupação de cargos da administração
do ensino estadual.
Por
essa lei, os novos institutos de educação deveriam englobar do jardim de infância
até a especialização para professores primários e a habilitação em
administração escolar. Essa lei é parte integrante das reformas instituídas por
Gustavo Capanema. Na década de 50, ocorreu um incêndio provocado por um curto
circuito, iniciado na biblioteca geral, destruindo o Grupo Escolar de
Demonstração do IEMG. Reconstruído e inaugurado dois anos depois. O CAE
funcionou no Estado de Minas Gerais entre os anos de 1946 a 1969. No final da
década de 60, foi extinto pela lei nº. 5.540/1968, sendo substituído pelo curso
de Pedagogia do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG). De 1970 até 1995,
funcionou como instituição vinculada à Secretaria de Estado da Educação. Em
1995, passou a integrar a FaE/CBH-UEMG e o IEMG foi equiparado às outras escolas
estaduais, mas foi mantido o Curso
Normal de Nível Médio (conhecido
como Magistério) com o objetivo de formar profissionais para atuarem na
educação infantil.
A
ideia de propor um projeto na época do centenário da Escola Normal Modelo se
deu em virtude da sua importância histórica, social e cultural tanto para Belo
Horizonte como para o restante do Estado de Minas Gerais. O Instituto de
Educação é depositário de um riquíssimo acervo museológico e documental, construído
desde o final do século XIX. Outro fator decisivo foi a constatação de que a
história do Instituto está fortemente presente na memória coletiva dos
mineiros.
Primeiramente,
no biênio 2007-2008, realizamos uma roda de conversa com os alunos da escola,
onde foram apresentados vários projetos desenvolvidos em outras instituições
culturais-educativas similares ao IEMG.
Nesse momento, também foram destacados como essas propostas foram
aplicadas e os resultados obtidos. A partir daí, iniciou-se um trabalho que
integrou toda a escola e que foi coordenado por uma equipe interdisciplinar
formada por Ronaldo Campos (professor de história), Rosa Maria Ribeiro Vicente
(professora de artes), Maria Inêz Gonçalves Silva Lima (professora de biologia), Cesaltina Pereira
dos Santos (professora de matemática), Marília Júnia de Andrade (professora de
história) e Luiz Carlos Tomich (Museu da Escola). Na primeira fase dos
trabalhos, buscou-se um diálogo constante tanto com os alunos como com os
professores acerca da temática proposta. Era importante saber o que eles
entendiam por cultura, memória, patrimônio, identidade cultural, preservação,
etc.
Em
seguida, as ideias foram amadurecendo e dando origem a uma série de atividades
desenvolvidas pelos professores e alunos que envolviam toda a comunidade
escolar, buscando resgatar a missão originária do IEMG ao pensar a instrução
pública a partir de uma postura dinâmica e empreendedora que une tradição e
modernidade visando enfatizar a importância da pesquisa histórica e da reflexão
metódica sobre os assuntos educacionais numa abordagem interdisciplinar,
resignificando a práxis docente. O
envolvimento dos alunos e professores nos vários projetos desenvolvidos a
partir do ano de 2008 demonstra que os envolvidos ultrapassaram o conteúdo
curricular e criaram uma espécie de diálogo entre teoria e prática num
abordagem pedagógica de sala de aula expandida. Geralmente, os projetos foram
muito bem aceito por professores, que reconheceram nestas atividades
alternativas a posssibilidade de trabalhar com temas transversais de forma
interdisciplinar. Dentre esses projetos, destaca-se entre outros, o “Projeto
Educação e Patrimônio – escolas tombadas de Belo Horizonte: nossas escolas no
IEMG”, em 2008, em parceria com o IEPHA; o “Projeto Conhecer para preservar –
sujeitos da memória, também em 2008, em parceria com o Museu da Escola
destinado aos funcionários da limpreza,
da manutenção e da administração; o “Projeto Protagonismo Juvenil – Gente de
Cultura”, em 2009, em parceria com o IEPHA, direcionado para os alunos do
ensino médio que se transformaram no ano seguinte como multiplicadores do
saber.
O
nosso projeto original previa a produção de um livro, contudo, em virtude do
pouco tempo e dos escassos recursos disponíveis para a realização de uma
pesquisa historiográfica mais aprofundada, optou-se pela criação de uma revista
periódica que tivesse o propósito de aproximar alunos e professores do acervo
do IEMG, das atividades de pesquisa, levando a redescobrir a história da sua escola
através de antigas fotos, filmagens, livros e outros tipos de fontes históricas
que estavam perdidas ou esquecidas. Ao mesmo tempo, em que eles conseguiriam destacar
a importância da preservação do patrimônio público que compõem a memória da
educação e dos seus principais atores da nossa cidade e do nosso Estado.
A
Revista Pedagógica do IEMG é uma publicação anual impressa com tiragem de
aproximadamente seis mil exemplares que são distribuídos gratuitamente. Esse
periódico se estrutura a partir de uma base dupla: de um lado, o resgate da
história do Instituto, do outro, a visibilidade de práticas pedagógicas
inovadoras. No primeiro caso, ao resgatar a história e a importância do IEMG, é
possível orientar uma série de ações para um trabalho de conscientização e
preservação do prédio do IEMG. Pois, preservar o
patrimônio artístico e histórico de uma cidade é uma forma de reviver o nosso passado
e de compreender a nossa identidade cultural. Nesse processo busca-se a
valorização, o conhecimento e a preservação do patrimônio cultural de nossa
escola. Para tanto, na revista e nas aulas diárias, sempre que possível,
busca-se como fundamentação teórico-metodológica as propostas de temas
transversais. No segundo caso, a revista é um importante veiculo para divulgar
os projetos e trabalhos dos professores promovendo a troca de conhecimento, uma
ação interdisciplinar e o debate entre a comunidade escolar.
O
nosso grande desafio é o de criar na revista um espaço para se apresentar novas
propostas, pensar e redefinir as práticas educativas, construir elementos para
uma gestão democrática dentro da escola. Pois, é sabido por todos que os
grandes desafios atuais da educação brasileira podem ser superados e até
vencidos através do contato, da conversa e da troca de experiências, que
envolve alunos, pais, professores, coordenadores, gestores e, claro, a
comunidade em que a nossa escola faz parte. Então, essa revista pode ser
considerada um reforço pedagógico adicional para melhorar a nossa prática
educativa\formativa.
O
primeiro número da Revista Pedagógica do IEMG, de agosto de 2012, reuniu uma
série de trabalhos e grupos de estudo\pesquisa que foram produzidos entre o ano
de 2006 e 2011, com forte ênfase no aspecto histórico e no debate acerca da
importância da preservação do patrimônio histórico-artístico e cultural da
nossa escola. Pois, o Bem Cultural materializa e torna possível os sentimentos
de identidade, compartilhamento e de pertencimento evocado pela memória e pela
cultura. Possibilitando a partir dele a construção de identidades\memórias
coletivas, fortalecendo os elos comuns e a herança que futuramente será
transmitida às novas gerações. De acordo com os grandes historiadores, a única
possibilidade de enxergar as “imagens do passado” é nos colocando na história.
Esta se dá na relação entre o presente e o passado, ou seja, para cada presente há um passado, pois o
universo da experiência humana é infinito. Essas ideias trazem de modo
implícito a noção de história como “a ciência dos homens no tempo” (BLOCH,
2001, p.55) que deve ser realizada a partir de tudo o que a engenhosidade do
historiador permite [...] Tudo o que o homem diz ou escreve, tudo o que
fabrica, tudo o que pode e deve informar-nos sobre ele. (LE GOFF, 2003, p.107)
Gagnebin nos lembra que no pensamento de Ricoeur
[...]
a história é sempe, simultaneamente, narrativa (as histórias inumeráveis que a
compõem; Erzahlung, em alemão) e
processo real (seqüência das ações humanas em particular; Geschitchte), que a história como disciplina remete sempre às
dimensões humanas da ação e da linguagem e, sobretudo, da narração (GAGNEBIN,
2006, p. 43)
Nos quatros números da Revista
Pedagógica do IEMG, é possível perceber que ao lado dessa concepção de história
adotamos também a concepção de escola como um lugar da memória, isto é, a instituição
escolar como um espaço carregado de elementos simbólicos presentes na sua
estrutura física e que são significativos para a história\memória do grupo
social que vivenciou esse local da memória. A arquitetura escolar não é neutra
e guarda elementos que são verdadeiros recados do passado para o presente no
formato de monumentos. Por exemplo, basta prestar bastante atenção a algumas
características de uma sala de aula típica, tais como: o formato retangular da
sala, a porta de entrada próxima à mesa do professor, o alinhamento das
carteiras, os alunos agrupados sob o paradigma númerico, idade e nível de
aprendizagem, a aula ministrada a partir de um dado horário e um programa
previamente estabelecido, para descobrir que essas características nos remetem
as oficinas do início da revolução industrial. De acordo com Cortez; Souza
(2004, p.07),
Outras
marcas são ainda mais velhas: o aviso de silêncio na biblioteca, o desenho do
pátio e dos corredores guardam à memória dos mosteiros; as aulas expositivas
das primeiras universidades, os exercícios dos colégios medievais. O
quadro-negro e o giz, a lembrança dos salesianos no século XVII. A entrada da
escola, com seu hall de circulação e
os muros que a rodeiam, abriga prescrições contra-reformistas.
Todos os elementos e estruturas
citados fazem parte da história e da etnografia escolar possuem uma grande
força de evocação e fazem parte, menos de uma memória histórica
tradicionalmente concebida, e bem mais das lembranças e memórias dos que por eles passaram. Pois, a memória (nos seus atos de lembrar e esquecer)
se enraíza no espaço concreto, no gesto, na imagem, no objeto. Não é singular,
mas plural. É afetiva, atual, criativa, múltipla, desacelerada, coletiva,
plural e individualizada. Nasce de um grupo que ela une, pois, nas palavras de
Halbwachs (1990), há tantas memórias quantos grupos existem. A memória
individual é enriquecida pela memória coletiva. Esta é gerada e propagado
através dos depoimentos que os sujeitos autorizados enunciam através dos
diversos lugares sociais. Para Nora (1993, p. 09), a história é sempre
problemática e incompleta. Algo que não existe mais: uma forma de representar o
passado. Bem diferente do fenômeno da memória que pode ser definido como algo
sempre atual: um elo vivido no eterno presente. Pois, sendo “afetiva e mágica,
a memória não se acomoda a detalhes que a confortam; ela se alimenta de
lembranças vagas, telescópicas, globais ou flutuantes, particulares ou
simbólicas, sensível a todas as transferências, cenas, censura ou projeções.”
(NORA, 1993, p. 09).
A
memória não é um receptáculo passivo – a memória é ativa. Só podemos nos
lembrar das coisas que significam algo para nós. Assim, organizamos nossas
memórias de um jeito que elas façam sentido antes que nos lembremos das coisas.
Memórias sem sentido são não-memórias, coisas de que não podemos nos lembrar.
Mas ‘significado’ não é simplesmente uma categoria subjetiva [...]Não nos
lembramos das memórias que não têm significado para nós. Organizamos a memória
da maneira como desejamos falar sobre elas. (FENTRESS, 2007, p.36).
O
nosso objetivo desde o início foi o de valorizar a memória e a identidade do
IEMG a partir de um processo onde o aluno, o professor e os demais membros da
comunidade escolar possam se identificar, reconhecer, valorizar e contribuir
para a preservação da memória, da história e do patrimônio
arquitetônico-artístico do Instituto de Educação. É importante lembrarmos que
os valores e o significados não se encontram a priori nas coisas mesmas, não
foram previstos desde que o bem cultural foi constituído. Por isso eles
precisam ou ser explicitados ou construídos. Esse é um processo permanente que é
produzido a partir das interrelações que o sujeito estabelece entre o passado,
o presente, a sua realidade e as pessoas com as quais convivem. Isto por que
memória, patrimônio, cultura e identidade são termos abstratos e que não
existem por si mesmos. Só existem a partir das relações que são estabelecidas
pelas pessoas de uma determinada sociedade que vive numa época e num local
específicos. Pois, a memória não é propriamente uma reconstrução, mas sim uma
reconstituição do passado a partir dos nossos questionamentos no presente. Para
Meneses (2007, p. 26), “Toda memória é social. Tudo bem – mas por quê? Porque
pressupõe interlocução. [...] existe memória individual, lembrança, rememoração
[...] e só quando se socializa é que ela pode aparecer.”
Nos
seus quatro números já editados, a Revista Pedagógica do IEMG partiu da ideia
de que para haver uma narrativa significativa é importantíssimo que exista uma
escuta atenta. Nós – a equipe que produz a revista – tomou para si essa tarefa
e buscou formas para contribuir para que os atores desse processo se reconheçam
como parte dessa história e que compartilhem do sentimento de pertencimento ao
Instituto de Educação. Assim, ao resgatar depoimentos, memórias e histórias do
passado, estamos contribuindo para o processo de construção de narrativas que permitam
a constituição e a legitimação da identidade social, da memória coletiva dessa
instituição escolar e dos discursos\ações de preservação do seu patrimônio
material e imaterial.
Ao
longo do processo de construção da revista, evitamos impor uma visão de mundo
como a única ou a mais adequada (a mais certa). Trabalhamos com a premissa de
que as pessoas (que fazem e fizeram parte da história do IEMG) são capazes (a
partir do seu conhecimento\ da sua vivência prévia) de “escolher” o que vai ser
preservado\lembrado. Sem a necessidade de ficar o tempo todo dizendo “esse bem
cultural” ou “tal história\memória” tem um grande valor e, por isso, merece ser
reconhecido\preservado. E, assim, estamos valorizando a(s) história(s) das
pessoas. Resgatando do silêncio e do esquecimento histórias\narrativas de
personagens ‘excluídos’ da história tradicional. Privilegiando relatos orais e
os conhecimentos não sistematizados. Tornando a memória como algo que
transcende “o passado que já se foi” e indica um futuro como campo de
possibilidades que se busca construir, onde elementos culturais têm a função de
evocar o passado e articular um discurso de legitimação para torná-lo significativo.
A memória\o passado se torna uma metáfora para definir quem somos “nós” e quem
são os outros. Quem já fomos e quem queremos ser.
REFERÊNCIAS
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ou o Ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
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Edelweiss de Paiva. Instituto de
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SELIGMANN SILVA,
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