sexta-feira, 5 de abril de 2019

“Memória viva, uma visão interdisciplinar: o passado e o presente através da Revista Pedagógica do IEMG”

“Memória viva, uma visão interdisciplinar: o passado e o presente através da Revista Pedagógica do IEMG”

Ronaldo Campos
Mestrado em Estética e Filosofia da Arte pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Graduado em História e Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Professor de História do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG)
E-mail: campos.ronaldo5@gmail.com


Resumo

O trabalho em questão aborda um dos projetos realizados pelo Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) com apoio do Colégio e Pré-vestibular Chromos, sob coordenação do professor Ronaldo Campos. Este projeto surgiu a partir das comemorações do centenário de fundação da Escola Normal Modelo e teve como objetivo a implantação da educação patrimonial e de para gerar o sentimento de pertencimento, identidade e preservação do Instituto de Educação. Dentro dessa perspectiva, foi criada uma revista impressa destinada a resgatar a memória escolar, divulgar os trabalhos e pesquisas de alunos e professores do IEMG que contribuiu no processo de conscientização.

Palavras-chave:  memória – narrativas – cultura material escolar - preservação do patrimônio

O artigo em questão aborda o projeto “Memória viva, uma visão interdisciplinar”, realizado no Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) em parceria com o colégio e o pré-vestibular Chromos, sob a coordenação de Ângela Machado Teles, Ronaldo Campos e Rosa Maria Ribeiro Vicente. O eixo fundamental desse projeto surgiu na época da comemoração do centenário de fundação da Escola Normal de Belo Horizonte (1906-2006) visando preservar e divulgar a história e a importância dessa instituição escolar através de ações que visavam sensibilizar alunos, professores, funcionários e demais membros da comunidade escolar para uma mudança radical de atitude, a saber, de espectadores passivos da proteção e preservação do patrimônio artístico-cultural para protagonistas ativos desse processo. Conscientizando-os do papel de formador e divulgador permanente da memória e do patrimônio cultural do seu grupo social e, em especial, do Instituto de Educação de Minas Gerais. Pois, acreditamos, que não basta simplesmente restaurar a estrutura arquitetônica, é impressindível também construir a consciência de preservação, apropriação e proteção naqueles que vivem o dia a dia da escola a partir de ações propostas pela educação patrimonial.
O Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG) é uma escola tradicional de grande destaque no cenário estadual e nacional. Responsável pela formação de muitas gerações de mineiros. É uma das maiores escolas da rede estadual de Minas Gerais atendendo a educação infantil, o ensino fundamental, o ensino médio, o magistério pedagógico e a educação de jovens e adultos. Localizado atualmente no bairro Funcionários, no quarteirão central que se extende da rua Pernambuco à rua Paraíba, da rua Timbiras à avenida Carandaí, tem a sua origem na fundação da Escola Normal Modelo, pela Lei nº 439, de 28 de setembro de 1906. Instalada oficialmente na capital mineira no no mês de março de 1907 sob a direção de Aurélio Pires e responsabilidade e fiscalização do Secretário do Interior, na época, Manuel Thomaz de Carvalho Britto.
A criação da escola normal da capital se insere dentro de uma ampla reforma da instrução primária que buscava um novo profissional, técnico e competente, pois, de acordo com o relatório do governo apresentado pelo Secretário do Interior, Delfim Moreira, os professores mineiros que atuavam naquela época não possuiam uma formação adequada. Sendo impressindível “

[...] melhorar as condições de capacidade profissional do futuro professor, não seria desacertada a criação nesta capital, de um instituto normal superior, estabelecimento modelo, calcado sob os melhores moldes, destinado a servir de tipo ou paradigma aos outros estabelecimentos iguais, criados ou equiparados, e a preparar professores para as escolas singulares das cidades, as grupadas que fossem instituídas e as normais inferiores (MINAS GERAIS, 1905, p.123).

Seu edifício de alto valor artístico e histórico foi concebido para ser o Gynasio Mineiro. O projeto original é de autoria do desenhista e arquiteto Edgar Nascentes Coelho e sua execução de Francisco Soucasseaux, Aurélio Lobo e Bento Medeiros. Adotou o espírito do estilo oficial utilizado para as edificações da época em que se projetou a nova capital: um ecletismo mesclado com elementos neoclássicos e de outras escolas artísticas. A construção teve início em 1897 e finalizada no ano seguinte, “mas o prédio teve outra função. Foi destinado pelo governo para a instalação do Tribunal de Relação e demais departamentos do fórum” (CAMPOS, 2012, p.08) Em 1909, a Escola Normal Modelo foi transferida para o prédio do Tribunal de Relação, na rua Pernambuca, 47. De 1926 a 1930, foi realizada uma ampla reforma desse prédio quando foi apresentada a nova fachada desenhada pelo arquiteto Carlos Santos, o mesmo do Grupo Escolar Pedro II.  Em 1946, pela Lei Orgânica do Ensino Normal - Decreto-Lei n. 8.520, de 2 de janeiro, a Escola Normal Modelo passou a ser designada de Instituto de Educação do Estado de Minas Gerais (IEMG) e a Escola de Aperfeiçoamento foi substituída pelo Curso de Administração Escolar (CAE) ministrado a partir de então pelo IEMG. A nova instituição escolar passava a ter por função atuar na formação de professores para o ensino normal e para a ocupação de cargos da administração do ensino estadual.
Por essa lei, os novos institutos de educação deveriam englobar do jardim de infância até a especialização para professores primários e a habilitação em administração escolar. Essa lei é parte integrante das reformas instituídas por Gustavo Capanema. Na década de 50, ocorreu um incêndio provocado por um curto circuito, iniciado na biblioteca geral, destruindo o Grupo Escolar de Demonstração do IEMG. Reconstruído e inaugurado dois anos depois. O CAE funcionou no Estado de Minas Gerais entre os anos de 1946 a 1969. No final da década de 60, foi extinto pela lei nº. 5.540/1968, sendo substituído pelo curso de Pedagogia do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG). De 1970 até 1995, funcionou como instituição vinculada à Secretaria de Estado da Educação. Em 1995, passou a integrar a FaE/CBH-UEMG e o IEMG foi equiparado às outras escolas estaduais, mas foi mantido o Curso Normal de Nível Médio (conhecido como Magistério) com o objetivo de formar profissionais para atuarem na educação infantil.
A ideia de propor um projeto na época do centenário da Escola Normal Modelo se deu em virtude da sua importância histórica, social e cultural tanto para Belo Horizonte como para o restante do Estado de Minas Gerais. O Instituto de Educação é depositário de um riquíssimo acervo museológico e documental, construído desde o final do século XIX. Outro fator decisivo foi a constatação de que a história do Instituto está fortemente presente na memória coletiva dos mineiros.
Primeiramente, no biênio 2007-2008, realizamos uma roda de conversa com os alunos da escola, onde foram apresentados vários projetos desenvolvidos em outras instituições culturais-educativas similares ao IEMG.  Nesse momento, também foram destacados como essas propostas foram aplicadas e os resultados obtidos. A partir daí, iniciou-se um trabalho que integrou toda a escola e que foi coordenado por uma equipe interdisciplinar formada por Ronaldo Campos (professor de história), Rosa Maria Ribeiro Vicente (professora de artes), Maria Inêz Gonçalves Silva Lima  (professora de biologia), Cesaltina Pereira dos Santos (professora de matemática), Marília Júnia de Andrade (professora de história) e Luiz Carlos Tomich (Museu da Escola). Na primeira fase dos trabalhos, buscou-se um diálogo constante tanto com os alunos como com os professores acerca da temática proposta. Era importante saber o que eles entendiam por cultura, memória, patrimônio, identidade cultural, preservação, etc.
Em seguida, as ideias foram amadurecendo e dando origem a uma série de atividades desenvolvidas pelos professores e alunos que envolviam toda a comunidade escolar, buscando resgatar a missão originária do IEMG ao pensar a instrução pública a partir de uma postura dinâmica e empreendedora que une tradição e modernidade visando enfatizar a importância da pesquisa histórica e da reflexão metódica sobre os assuntos educacionais numa abordagem interdisciplinar, resignificando a práxis docente. O envolvimento dos alunos e professores nos vários projetos desenvolvidos a partir do ano de 2008 demonstra que os envolvidos ultrapassaram o conteúdo curricular e criaram uma espécie de diálogo entre teoria e prática num abordagem pedagógica de sala de aula expandida. Geralmente, os projetos foram muito bem aceito por professores, que reconheceram nestas atividades alternativas a posssibilidade de trabalhar com temas transversais de forma interdisciplinar. Dentre esses projetos, destaca-se entre outros, o “Projeto Educação e Patrimônio – escolas tombadas de Belo Horizonte: nossas escolas no IEMG”, em 2008, em parceria com o IEPHA; o “Projeto Conhecer para preservar – sujeitos da memória, também em 2008, em parceria com o Museu da Escola destinado aos  funcionários da limpreza, da manutenção e da administração; o “Projeto Protagonismo Juvenil – Gente de Cultura”, em 2009, em parceria com o IEPHA, direcionado para os alunos do ensino médio que se transformaram no ano seguinte como multiplicadores do saber.
O nosso projeto original previa a produção de um livro, contudo, em virtude do pouco tempo e dos escassos recursos disponíveis para a realização de uma pesquisa historiográfica mais aprofundada, optou-se pela criação de uma revista periódica que tivesse o propósito de aproximar alunos e professores do acervo do IEMG, das atividades de pesquisa, levando a redescobrir a história da sua escola através de antigas fotos, filmagens, livros e outros tipos de fontes históricas que estavam perdidas ou esquecidas. Ao mesmo tempo, em que eles conseguiriam destacar a importância da preservação do patrimônio público que compõem a memória da educação e dos seus principais atores da nossa cidade e do nosso Estado.
A Revista Pedagógica do IEMG é uma publicação anual impressa com tiragem de aproximadamente seis mil exemplares que são distribuídos gratuitamente. Esse periódico se estrutura a partir de uma base dupla: de um lado, o resgate da história do Instituto, do outro, a visibilidade de práticas pedagógicas inovadoras. No primeiro caso, ao resgatar a história e a importância do IEMG, é possível orientar uma série de ações para um trabalho de conscientização e preservação do prédio do IEMG. Pois, preservar o patrimônio artístico e histórico de uma cidade é uma forma de reviver o nosso passado e de compreender a nossa identidade cultural. Nesse processo busca-se a valorização, o conhecimento e a preservação do patrimônio cultural de nossa escola. Para tanto, na revista e nas aulas diárias, sempre que possível, busca-se como fundamentação teórico-metodológica as propostas de temas transversais. No segundo caso, a revista é um importante veiculo para divulgar os projetos e trabalhos dos professores promovendo a troca de conhecimento, uma ação interdisciplinar e o debate entre a comunidade escolar.
O nosso grande desafio é o de criar na revista um espaço para se apresentar novas propostas, pensar e redefinir as práticas educativas, construir elementos para uma gestão democrática dentro da escola. Pois, é sabido por todos que os grandes desafios atuais da educação brasileira podem ser superados e até vencidos através do contato, da conversa e da troca de experiências, que envolve alunos, pais, professores, coordenadores, gestores e, claro, a comunidade em que a nossa escola faz parte. Então, essa revista pode ser considerada um reforço pedagógico adicional para melhorar a nossa prática educativa\formativa.
O primeiro número da Revista Pedagógica do IEMG, de agosto de 2012, reuniu uma série de trabalhos e grupos de estudo\pesquisa que foram produzidos entre o ano de 2006 e 2011, com forte ênfase no aspecto histórico e no debate acerca da importância da preservação do patrimônio histórico-artístico e cultural da nossa escola. Pois, o Bem Cultural materializa e torna possível os sentimentos de identidade, compartilhamento e de pertencimento evocado pela memória e pela cultura. Possibilitando a partir dele a construção de identidades\memórias coletivas, fortalecendo os elos comuns e a herança que futuramente será transmitida às novas gerações. De acordo com os grandes historiadores, a única possibilidade de enxergar as “imagens do passado” é nos colocando na história. Esta se dá na relação entre o presente e o passado, ou seja,  para cada presente há um passado, pois o universo da experiência humana é infinito. Essas ideias trazem de modo implícito a noção de história como “a ciência dos homens no tempo” (BLOCH, 2001, p.55) que deve ser realizada a partir de tudo o que a engenhosidade do historiador permite [...] Tudo o que o homem diz ou escreve, tudo o que fabrica, tudo o que pode e deve informar-nos sobre ele. (LE GOFF, 2003, p.107) Gagnebin nos lembra que no pensamento de Ricoeur
[...] a história é sempe, simultaneamente, narrativa (as histórias inumeráveis que a compõem; Erzahlung, em alemão) e processo real (seqüência das ações humanas em particular; Geschitchte), que a história como disciplina remete sempre às dimensões humanas da ação e da linguagem e, sobretudo, da narração (GAGNEBIN, 2006, p. 43)

Nos quatros números da Revista Pedagógica do IEMG, é possível perceber que ao lado dessa concepção de história adotamos também a concepção de escola como um lugar da memória, isto é, a instituição escolar como um espaço carregado de elementos simbólicos presentes na sua estrutura física e que são significativos para a história\memória do grupo social que vivenciou esse local da memória. A arquitetura escolar não é neutra e guarda elementos que são verdadeiros recados do passado para o presente no formato de monumentos. Por exemplo, basta prestar bastante atenção a algumas características de uma sala de aula típica, tais como: o formato retangular da sala, a porta de entrada próxima à mesa do professor, o alinhamento das carteiras, os alunos agrupados sob o paradigma númerico, idade e nível de aprendizagem, a aula ministrada a partir de um dado horário e um programa previamente estabelecido, para descobrir que essas características nos remetem as oficinas do início da revolução industrial. De acordo com Cortez; Souza (2004, p.07),

Outras marcas são ainda mais velhas: o aviso de silêncio na biblioteca, o desenho do pátio e dos corredores guardam à memória dos mosteiros; as aulas expositivas das primeiras universidades, os exercícios dos colégios medievais. O quadro-negro e o giz, a lembrança dos salesianos no século XVII. A entrada da escola, com seu hall de circulação e os muros que a rodeiam, abriga prescrições contra-reformistas.

Todos os elementos e estruturas citados fazem parte da história e da etnografia escolar possuem uma grande força de evocação e fazem parte, menos de uma memória histórica tradicionalmente concebida, e bem mais das lembranças e memórias  dos que por eles passaram. Pois, a  memória (nos seus atos de lembrar e esquecer) se enraíza no espaço concreto, no gesto, na imagem, no objeto. Não é singular, mas plural. É afetiva, atual, criativa, múltipla, desacelerada, coletiva, plural e individualizada. Nasce de um grupo que ela une, pois, nas palavras de Halbwachs (1990), há tantas memórias quantos grupos existem. A memória individual é enriquecida pela memória coletiva. Esta é gerada e propagado através dos depoimentos que os sujeitos autorizados enunciam através dos diversos lugares sociais. Para Nora (1993, p. 09), a história é sempre problemática e incompleta. Algo que não existe mais: uma forma de representar o passado. Bem diferente do fenômeno da memória que pode ser definido como algo sempre atual: um elo vivido no eterno presente. Pois, sendo “afetiva e mágica, a memória não se acomoda a detalhes que a confortam; ela se alimenta de lembranças vagas, telescópicas, globais ou flutuantes, particulares ou simbólicas, sensível a todas as transferências, cenas, censura ou projeções.” (NORA, 1993, p. 09).

A memória não é um receptáculo passivo – a memória é ativa. Só podemos nos lembrar das coisas que significam algo para nós. Assim, organizamos nossas memórias de um jeito que elas façam sentido antes que nos lembremos das coisas. Memórias sem sentido são não-memórias, coisas de que não podemos nos lembrar. Mas ‘significado’ não é simplesmente uma categoria subjetiva [...]Não nos lembramos das memórias que não têm significado para nós. Organizamos a memória da maneira como desejamos falar sobre elas. (FENTRESS, 2007, p.36).

O nosso objetivo desde o início foi o de valorizar a memória e a identidade do IEMG a partir de um processo onde o aluno, o professor e os demais membros da comunidade escolar possam se identificar, reconhecer, valorizar e contribuir para a preservação da memória, da história e do patrimônio arquitetônico-artístico do Instituto de Educação. É importante lembrarmos que os valores e o significados não se encontram a priori nas coisas mesmas, não foram previstos desde que o bem cultural foi constituído. Por isso eles precisam ou ser explicitados ou construídos. Esse é um processo permanente que é produzido a partir das interrelações que o sujeito estabelece entre o passado, o presente, a sua realidade e as pessoas com as quais convivem. Isto por que memória, patrimônio, cultura e identidade são termos abstratos e que não existem por si mesmos. Só existem a partir das relações que são estabelecidas pelas pessoas de uma determinada sociedade que vive numa época e num local específicos. Pois, a memória não é propriamente uma reconstrução, mas sim uma reconstituição do passado a partir dos nossos questionamentos no presente. Para Meneses (2007, p. 26), “Toda memória é social. Tudo bem – mas por quê? Porque pressupõe interlocução. [...] existe memória individual, lembrança, rememoração [...] e só quando se socializa é que ela pode aparecer.”
Nos seus quatro números já editados, a Revista Pedagógica do IEMG partiu da ideia de que para haver uma narrativa significativa é importantíssimo que exista uma escuta atenta. Nós – a equipe que produz a revista – tomou para si essa tarefa e buscou formas para contribuir para que os atores desse processo se reconheçam como parte dessa história e que compartilhem do sentimento de pertencimento ao Instituto de Educação. Assim, ao resgatar depoimentos, memórias e histórias do passado, estamos contribuindo para o processo de construção de narrativas que permitam a constituição e a legitimação da identidade social, da memória coletiva dessa instituição escolar e dos discursos\ações de preservação do seu patrimônio material e imaterial.
Ao longo do processo de construção da revista, evitamos impor uma visão de mundo como a única ou a mais adequada (a mais certa). Trabalhamos com a premissa de que as pessoas (que fazem e fizeram parte da história do IEMG) são capazes (a partir do seu conhecimento\ da sua vivência prévia) de “escolher” o que vai ser preservado\lembrado. Sem a necessidade de ficar o tempo todo dizendo “esse bem cultural” ou “tal história\memória” tem um grande valor e, por isso, merece ser reconhecido\preservado. E, assim, estamos valorizando a(s) história(s) das pessoas. Resgatando do silêncio e do esquecimento histórias\narrativas de personagens ‘excluídos’ da história tradicional. Privilegiando relatos orais e os conhecimentos não sistematizados. Tornando a memória como algo que transcende “o passado que já se foi” e indica um futuro como campo de possibilidades que se busca construir, onde elementos culturais têm a função de evocar o passado e articular um discurso de legitimação para torná-lo significativo. A memória\o passado se torna uma metáfora para definir quem somos “nós” e quem são os outros. Quem já fomos e quem queremos ser.

REFERÊNCIAS

BLOCH, Marc Leopold Benjamin. Apologia da História ou o Ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

CORTEZ, Maria Cecília; SOUZA, Christiano de. A escola e a memória. Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco e CDAPH, 2004.

CAMPOS, Ronaldo. A história do IEMG. In: Revista Pedagógica do IEMG, Belo Horizonte: Chromos\IEMG, n.1, p. 08-13, ago. 2012.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Editora 34, 2006.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vertice, 1990.

LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: Unicamp, 2003.

MINAS GERAIS. Relatório do Secretário do Interior Delfim Moreira da Costa Ribeiro apresentado ao Presidente Francisco Salles. Secretaria do Interior e Justiça, 1905.

FENTRESS, James. Preservação e Modernidade. In: MIRANDA, Danilo Santos de (org.). Memória e Cultura: a importância da memória na formação culutral humana. São Paulo: Edições Sesc, 2007.

MENESES, Ulpiano Bezerra. “Paradoxos da memória”In: MIRANDA, Danilo Santos de (org.). Memória e Cultura: a importância da memória na formação culutral humana. São Paulo: Edições Sesc, 2007.

NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. In: Projeto História, São Paulo: PUC, n. 10, p. 07-28, dez. 1993.

PÁDUA, Antônio de. IEMG: casarão rosado da educação. Belo Horizonte: Gráfica e Editora Cultura, 1999.

SANTOS, Edelweiss de Paiva. Instituto de Educação de Minas Gerais: pequena biografia de uma grande escola. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2011.


SELIGMANN SILVA, Márcio. “A língua como leito da memória cultural e meio de diálogo entre as culturas.”. In: MIRANDA, Danilo Santos de (org.). Memória e Cultura: a importância da memória na formação culutral humana. 2007

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