domingo, 25 de maio de 2025

PROJETO ÍNTERDISCIPLINAR: "Memórias que Constroem o Futuro: Despertando o Sentido de Pertencimento à Escola"

 

 



Trabalho elaborado pelos alunos que participaram desse projeto


Projeto elaborado por Ronaldo Campos, professor e pesquisador de História, para o turno da tarde do Instituto de Educação de Minas Gerais (prédio da rua Guajajaras). Apresentado em fevereiro de 2024

       

 1-INTRODUÇÃO           

 

 

A escola é mais do que um local de ensino. É um espaço de convivência, aprendizado e desenvolvimento, onde sonhos são nutridos e futuros são moldados. O Instituto de Educação de Minas Gerais\ Prédio Guajajaras acolhe diariamente centenas de alunos nos seus quatro andares. Como instituição educacional, o IEMG possui um histórico com diferentes trabalhos voltados para a temática da preservação e educação patrimonial. Isto, em virtude, da instituição ocupar desde o início do século XX um prédio de grande valor histórico e arquitetônico. No entanto, com o incêndio ocorrido em março de 2023 e, consequente, transferência para o prédio da rua Guajajaras (edifício alugado para locar o ensino médio do Instituto de Educação), uma série de problemas e desafios relacionados a manutenção e preservação do edifício se colocou como ordem do dia. De forma recorrente, no turno da tarde, observamos atitudes inadequadas dos alunos. Como por exemplo, a falta de cuidado e zelo com as dependências da escola e com as áreas comuns do prédio (como por exemplo, os elevadores, escadas e banheiros) que implicou na degradação do patrimônio físico. Além disso, no cotidiano escolar, também pode ser verificado a falta de respeito com o próximo e com alguns professores e funcionários;

Diante dessa realidade, o projeto "Memórias que Constroem o Futuro: Despertando o Sentido de Pertencimento à Escola" se mostra como uma iniciativa interdisciplinar para promover a educação patrimonial e o cuidado com o espaço escolar. Estimulando a participação do corpo discentes no processo de preservação do espaço físico, promovendo a responsabilidade individual e coletiva. Este trabalho de conscientização dos estudantes é voltado para mudança de comportamento e desenvolvimento da prática da cidadania entre os estudantes, tornando-os mais conscientes dos seus atos e das consequências que os envolvem. Percebendo a importância do patrimônio escolar, material e imaterial na constituição da identidade cultural e da memória coletiva da cidade de Belo Horizonte.

Nesse processo, é importante perceber que o conceito de patrimônio não está restrito apenas aos bens que herdamos de nossos antepassados, este patrimônio também é produzido no presente, como expressão de cada geração. A Educação Patrimonial por meio de um permanente diálogo entre o presente e o passado, na perspectiva do futuro, pretende realizar um trabalho vislumbrando um mundo melhor, mais digno e de efetiva cidadania.


 

2- OBJETIVOS                 

 

Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se se respeitar promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. (Competência geral 9)

 

Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. (Competência geral 10)

 

Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos. (Competência específica 5- Ciências Humanas)

 

Participar, pessoal e coletivamente, do debate público de forma consciente e qualificada, respeitando diferentes posições, com vistas a possibilitar escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. (Competência 6- Ciências Humanas)

 

Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global. (II. Competência específica 3- Linguagens)

Analisar objetos da cultura material e imaterial como suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que singularizam diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço. (EM13CHS104)

 

Compreender e analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e o poder de decisão (vontade). (EM13CHS501)

 

Participar de processos de produção individual e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais), levando em conta suas formas e seus funcionamentos, para produzir sentidos em diferentes contextos. (EM13LGG301)

 


 

3- JUSTIFICATIVA               

 

O “Projeto Interdisciplinar: "Memórias que Constroem o Futuro: Despertando o Sentido de Pertencimento à Escola" busca desenvolver ações de Educação Patrimonial em um contexto específico, a escola, considerando as características e necessidades da comunidade em questão. Através de uma abordagem interdisciplinar, integradora e participativa, este projeto busca sensibilizar a comunidade para a importância do patrimônio cultural, reconhecendo-o como um legado histórico e um bem social a ser preservado. Ao promover o conhecimento e a valorização dos diferentes bens patrimoniais, pertencentes ao Instituto de Educação Minas Gerais (IEMG), poderemos estimular a conservação, o uso adequado dos espaços e instrumentos. Fortalecendo o sentimento de pertencimento e a identidade cultural, conectando os indivíduos ao seu passado, presente e futuro. Fomentando o desenvolvimento local sustentável, utilizando o patrimônio como um recurso para o turismo cultural, a educação e a geração de renda.

A escolha do tema se justifica pela relevância da Educação Patrimonial para a construção de uma sociedade mais justa, crítica e consciente. O patrimônio cultural, quando valorizado e preservado, torna-se um poderoso instrumento de transformação social, capaz de promover a coesão social e o respeito à diversidade cultural. Fomentando o desenvolvimento local sustentável. Estimulando a criatividade e a inovação. Fortalecendo a cidadania e a participação social.

Desenvolver uma educação calcada no respeito e na preservação dos bens materiais e imateriais a partir de abordagens interdisciplinares permitirá no futuro promover a valorização e a preservação do patrimônio cultural, material e imaterial, em prol da construção de uma sociedade mais justa, crítica e consciente. Através da sensibilização e do engajamento da comunidade, o patrimônio se torna um instrumento de transformação social, capaz de fortalecer a identidade cultural, fomentar o desenvolvimento local e promover a cidadania. Em suma, acreditamos que a partir deste projeto de Educação Patrimonial poderemos contribuir para a valorização e a preservação do patrimônio cultural, reconhecendo-o como um direito fundamental e um instrumento de transformação social. Através da educação, da pesquisa e da ação social, busca-se construir um futuro mais justo, inclusivo e sustentável para a comunidade.

 

 

 

 

        


4- METODOLOGIA                 

 

No Projeto Interdisciplinar: "Memórias que Constroem o Futuro: Despertando o Sentido de Pertencimento à Escola", optamos por adotar uma abordagem interdisciplinar que tem por objetivo integrar as diversas áreas do conhecimento (História, Geografia, Artes, Língua Portuguesa, Matemática, Física, Biologia e Química, Educação Física) com as disciplinas de itinerários formativos e eletivas (Redação para o Enem, Educação Financeira, Humanidades, Introdução ao Mundo do Trabalho, Projeto de Vida, Saberes da Natureza, Tecnologia da Inovação, Núcleo de Inovação Matemática, Práticas Comunicativas e Criativas), visando uma compreensão abrangente do tema.

A metodologia empregada faz parte do grupo das metodologias ativas. Aprendizagem baseada em projetos, pesquisa, resolução de problemas, debates, jogos educativos e visitas guiadas. Em virtude desse fato, é de suma importância uma participação ativa dos alunos, ou seja, durante todo o processo será exigido o protagonismo na construção do conhecimento e na tomada de decisões pelo corpo discente. O processo de avaliação deve ser pensado a partir da avaliação contínua que exige um acompanhamento do processo de aprendizagem individual e coletiva.

Para a realização do projeto, os professores poderão trabalhar por área do conhecimento (sempre relacionando esta área com as respectivas disciplinas eletivas e de itinerários formativas de cada uma das áreas). Cada um dos professores que formam a área do conhecimento ficará responsável por uma turma específica. Desenvolvendo atividades a partir dos objetivos apresentados neste projeto.

 

Propostas de ações (para todas as turmas)

1.        Despertando a Consciência: – Texto de João Cabral De Melo Neto

2.        SENSIBILIZAÇÃO A PARTIR DA OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE

Primeiro Momento: apresentação do projeto e seus objetivos aos alunos. (em todas as turmas simultaneamente)

Segundo Momento: visita guiada ao prédio da escola, com foco em sua história e arquitetura. Mostrando também os principais problemas que inviabilizaram as aulas do ensino médio no prédio centenário.

Objetivo da visita guiada: incentivar a participação dos alunos na preservação do prédio e na construção de um ambiente acolhedor

 

Propostas de atividades para cada uma das áreas de conhecimento

Área de Linguagens: Dialogo Aberto

Ação: criar um comitê de alunos para discutir ideias e soluções para a revitalização do espaço. Os alunos devem elaborar propostas de ações para conservar o prédio e promover sua valorização junto a comunidade escolar. Além de promover campanhas de conscientização sobre a importância da preservação do patrimônio público.

·              Esse comitê no final do projeto pode ser transformado em uma Brigada Patrimonial, onde os alunos voluntários se tornam guardiões do prédio, monitorando e conscientizando sobre o uso adequado dos espaços.

 

Produto: produção de textos: produção de um blog ou site do projeto, confecção de cartazes, placas de aviso com informações relacionadas aos temas trabalhados, a fim de garantir a conscientização dos estudantes quanto a importância da preservação dos espaços escolares. Além de materiais de divulgação em redes sociais como Podcasts, áudios, conteúdos produzidos no CANVA, Tik Tok.

 

Área – Matemática: Desvendando os Segredos do Prédio da rua Guajajaras

Ação: Mergulhar na história do prédio da escola através da matemática, explorando conceitos geométricos, proporções e medidas. O objetivo dessa proposta é desenvolver nos alunos habilidades matemáticas de forma contextualizada e interdisciplinar. Ao mesmo tempo, que se valoriza o patrimônio histórico e cultural do prédio, promovendo sua preservação

Materiais: Trena ou fita métrica; Compasso e régua; Papel e lápis; Calculadora; Computador com acesso à internet (opcional)

A missão investigativa na área de matemática deve promover a exploração do prédio. Os alunos serão divididos em grupos. Cada um deles deve assumir o papel de "detetives matemáticos". Munidos de trenas e réguas, os detetives medem: o comprimento, largura e altura de diferentes cômodos, como salas de aula, biblioteca, corredores etc.; a altura de portas, janelas e outros elementos arquitetônicos; o diâmetro de colunas e pilares; a distância entre diferentes pontos do prédio. Em seguida, deverá ser realizado um registro bem detalhado. Os alunos deverão anotar as suas descobertas em tabelas e desenhos, criando um mapa detalhado do prédio com medidas precisas. Com base nas medidas coletadas, os grupos resolvem desafios matemáticos, como por exemplo: calcular a área e o perímetro de diferentes cômodos; determinar a proporção entre a altura e a largura das janelas, etc.

 

Área – Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: construindo uma escola ideal

 

Esta atividade busca envolver os estudantes na construção de uma escola ideal, utilizando conhecimentos de história, geografia, sociologia e filosofia para repensar o espaço educacional e o processo de aprendizagem. Desenvolvendo e promovendo habilidades de pesquisa, análise crítica, trabalho em equipe, comunicação e criatividade. Além de produzir uma participação dos alunos na construção de um ambiente educacional mais inclusivo, sustentável e inovador.

 

Ação: sonhando com uma escola ideal

Atividades: ação 1: diálogos Inspiradores - debates em sala de aula sobre como seria a escola ideal, considerando aspectos como infraestrutura, métodos de ensino, tecnologias, gestão e valores.

Ação 2: mapeamento de desejos: elaboração e aplicação de questionários e pesquisas online para identificar as necessidades e expectativas dos alunos em relação à escola ideal. Nesta parte do trabalho, os alunos deverão estabelecer uma comparação da escola ideal com a escola que nós temos: quais são as diferenças e semelhanças entre elas? O que deveria ser feito para que o IEMG  fosse igual a escola idealizada?

Produto: O mural dos nossos sonhos: criação e confecção de um mural ou painel informativa e colaborativo com fotos, desenhos e frases que ilustram a escola ideal.

 

Área – Ciências da Natureza

 

análise da estrutura física do prédio, estudo da iluminação e ventilação dos ambientes. Mergulhar nos princípios da física, da química e da biologia para entender a resistência dos materiais utilizados no prédio da escola, como drywall, ar condicionado, extintores de incêndio e elevadores. Tendo por objetivo principal promover junto ao corpo discente ações que garantam a sua segurança e a conservação do prédio, conscientizando os estudantes sobre a importância da manutenção e do uso responsável dos seus recursos.

Cada um dos grupos poderá investigar um material específico, como por exemplo, o drywall: pesquisar a sua composição, propriedades, resistência à compressão, tração e flexão, durabilidade, proteção contra fogo e umidade, e impacto ambiental. Pesquisando também: o ar condicionado – os seus componentes, funcionamento, princípios da termodinâmica, eficiência energética, impacto ambiental e medidas para reduzir o consumo de energia. Os elevadores: pesquisando o seu sistema de funcionamento, princípios da física (força, movimento, aceleração), segurança, manutenção preventiva, normas técnicas e tecnologias inovadoras.

 

Produto final: Diálogo Aberto, organizar um debate sobre a importância da resistência dos materiais para a segurança e a conservação do prédio, a responsabilidade individual e coletiva no uso dos recursos e as alternativas para reduzir o impacto ambiental.

Os resultados finais da pesquisa e do debate poderão ser apresentados em um blog e\ou em um podcast criados pelos próprios alunos para divulgar o projeto e seus resultados.

 

 

Divulgação dos trabalhos produzidos:

·              Publicação dos melhores trabalhos no site da escola e nas redes sociais.

·              Elaboração de um folder informativo sobre o patrimônio escolar para ser distribuído aos alunos e pais.

 

 

 

 


 

6- CRONOGRAMA  

 

Semana de preparação: de 01\03\2024 a 07\03\2024

  • Apresentar o projeto para os professores
  • Escolher os professores para cada uma das salas do primeiro ano do Novo Ensino Médio

Semana de Apresentação: de 11\03\2024 a 15\03\2024

  • Apresentação do texto “Tecendo manhãs” (todas as turmas)
  • Apresentação, pelo professor responsável pela turma, do projeto. Destacando os objetivos, as propostas de atividades a serem desenvolvidas.
  • O professor responsável deverá dividir a sala em grupos[1] e distribuir as tarefas

 

    • É importante lembrar que os trabalhos deverão ser desenvolvidos a partir de atividades em classe, sob orientação do professor responsável pela turma, com a coorientação dos demais docentes das disciplinas que compõem a grande curricular da turma, bem como em atividades de estudos e pesquisas realizados fora de sala de aula.

Período de desenvolvimento de trabalhos: de 18\03\2024 a 05\04\2024

  • Realização da atividade de sensibilização: visita guiada ao prédio da escola, com foco em sua história e arquitetura. Mostrando também os principais problemas que inviabilizaram as aulas do ensino médio no prédio centenário.

Professor responsável pela turma acompanhado de outro professor (escolhido de acordo com o horário das aulas da turma)

  • Acompanhamento e orientação das atividades propostas (Professor responsável pela turma)

Finalização e apresentação dos resultados: 10\04\2024 a 15\03\2024

Apresentação dos trabalhos dos alunos. O trabalho final deverá ser entregue obedecendo à data estipulada no cronograma. Não serão aceitos trabalhos, após a data prevista.

O período para a apresentação final dos trabalhos, acontecerá em data previamente marcada. Todos os alunos devem estar presentes sob pena de perda de pontos na apresentação. 


7- AVALIAÇÃO

 

 

O ato de avaliar é inerente ao dia a dia de todas as pessoas em suas mais variadas atividades, seja de modo intencional ou não, até nas atividades mais simples, todos estamos sujeitos a alguma forma de julgamento, de confrontação ou de análise. No processo formal da educação, a avaliação é uma etapa importantíssima. Contudo, é importante lembrar que em cada momento do processo de aprendizagem do estudante, o professor tem que ter uma estratégia para que os seus alunos cheguem onde precisam chegar. Por isto, precisamos ensinar e não apenas mostrar ao aluno o que ele errou ou o que ele ainda não sabe. Pois,

 

A avaliação atravessa o ato de planejar e de executar; por isso, contribui em todo o percurso da ação planificada. A avaliação se faz presente não só na identificação da perspectiva político social, como também na seleção de meios alternativos e na execução do projeto, tendo em vista a sua construção. (...) A avaliação é uma ferramenta da qual o ser humano não se livra. Ela faz parte de seu modo de agir e, por isso, é necessário que seja usada da melhor forma possível (LUCKESI, 2002, p.118).

 

De fato, a avaliação não pode ficar restrita apenas nas provas aplicadas no final do bimestre letivo. Este “tipo de avaliar” (denominada de classificatória) é muito excludente e oculta a aprendizagem. Neste sentido, a avaliação será realizada aqui de modo processual (também chamada de avaliação formativa ou contínua), onde, serão combinados vários instrumentos avaliativos para mensurar mais assertivamente os diversos aspectos do processo de ensino-aprendizado. Neste processo, a avaliação buscará identificar se o aluno realmente está conseguindo aprender a partir do processo metodológico praticado e de base para os feedbacks.

 

 


 

8- REFERÊNCIAS..........................................................................................

 

 

BARROS, José D’Assunção. Memória e história: uma discussão conceitual. Tempos Históricos, vol. 15. 2011. P 317-343.

 

História ALBUQUERQUE JUNIOR, Durval Muniz. História: A arte de inventar o passado. Bauru, SP: EDUSC, 2007.

 

LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. História novos problemas. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1996.

 

LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. História novas abordagens. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1996.


 

9- ANEXOS                                                                                                       

 

Tecendo a manhã

 

João Cabral de Melo Neto

 

Um galo sozinho não tece uma manhã:

ele precisará sempre de outros galos.

De um que apanhe esse grito que ele 

e o lance a outro; de um outro galo

que apanhe o grito de um galo antes

e o lance a outro; e de outros galos

que com muitos outros galos se cruzem

os fios de sol de seus gritos de galo,

para que a manhã, desde uma teia tênue,

se vá tecendo, entre todos os galos.

 

E se encorpando em tela, entre todos, 

se erguendo tenda, onde entrem todos, 

se entretendendo para todos, no toldo 

(a manhã) que plana livre de armação. 

A manhã, toldo de um tecido tão aéreo 

que, tecido, se eleva por si: luz balão.

 

 



[1]  Os Trabalhos serão desenvolvidos, obrigatoriamente, em grupos de no mínimo 05 e no máximo 08 alunos participantes, sem interferência prévia dos professores ou gestores da instituição no que se refere a manutenção de seus membros, cabendo aos alunos a responsabilidade pela manutenção de um grupo solidário, ético e responsável para com suas atividades acadêmicas.

 


Exemplos de trabalho que foram produzidos nesse projeto






AS HISTÓRIAS QUE OS CARTÕES POSTAIS NOS CONTAM

Textos elaborados para o projeto de intervenção pedagógica na disciplina de História apresentado ao programa Residência Pedagógica da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) - Equipe do Instituto de Educação (Professor Preceptor: Ronaldo Campos)



Texto 1 (introdução) - Aspectos Gerais 

https://www.youtube.com/watch?v=7pI48w61I60

 Um cartão postal é definido como um gênero textual que possui uma forma estrutural muito simples. O seu remetente utiliza-se de uma linguagem coloquial com o objetivo de apresentar informações de um determinado lugar onde se encontra e de informar o estado emocional que se encontra. (RIBEIRO, CHAVES, FERREIRA, 2015) Provavelmente, o “Postal Turístico” é a sua forma mais conhecida e mais utilizada. Isto porque o objetivo básico da produção de postais é divulgar um lugar determinado no seu momento de glória e apogeu. É o objeto especifico para retratar aquilo que provoca em nós admiração, espanto e o desejo de conhecer. Não seria exagero afirmar que os postais do início do século XX proporcionavam a sensação de uma viagem pelo mundo sem sair do lugar, sentado em uma confortável poltrona de nossa sala de estar. 

 Ao mesmo tempo, pode-se afirmar que o cartão postal (como uma “mensagem sem invólucro protetor” e recurso midiático) é fruto de uma sociedade industrializada e de um mundo globalizado, onde o tempo é dinheiro e as coisas se transformaram em mercadorias. Formato ideal para mensagens curtas e objetivas, é talvez a forma mais antiga e mais acessível de comunicação interpessoal gestada por um complexo processo industrial de produção da informação. Fernandes Jr (2002) afirma que "the postcard belongs to a period peopled by a hurried generation which has not many minutes to spare for writing to friends, what with the express trainings, telegrams and telephones the world has become a small place.” Por possuir elementos linguísticos, semióticos, sociais e simbólicos, o cartão postal pode ser definido de inúmeras outras formas. Por exemplo, como reflexo da realidade, “vitrine” do imaginário, um souvenirs e lembranças de tempos felizes, ou seja, é um meio capaz de romper as distâncias e o isolamento social, (re)construindo identidades, prolongando e compartilhando experiências. 

O Postal é a imagem impressa e o texto escrito por quem irá enviá-lo. De acordo com Fernandes (2002), “the messages can give us a flavour of the period almost as much as the picture”. O cartão postal tem a capacidade de captar e registrar aspectos de um momento histórico específico. Tal característica foi potencializada principalmente quando ocorreu a incorporação de imagens fotográficas na sua estrutura física, permitindo transformar este objeto em um registro do mundo (de uma determinada época e de um dado lugar) 

 Qualquer pessoa diante de um cartão postal, no seu processo de contemplação e fruição, de modo quase inconsciente, dá início a uma imersão no passado. É uma forma de tentar imaginar como a trama dos fatos se desenrolou e descobrir que sensações estavam escondidas por detrás daquela imagem. Indutivamente, é uma tentativa de reconstruir o passado, resgatar lembranças e ativar memórias a partir do cartão postal. Assim, pode-se afirmar que este objeto potencialmente é uma fonte de pesquisa histórica, um documento que possui o valor de um testemunho do momento registrado na imagem e no texto. É um desses objetos que se denominam “objeto-documento”, ou seja, são construtos históricos que agem disseminando saberes a partir da acumulação de memória\lembranças por ele absorvida. É ao mesmo tempo um elemento de comunicação e um suporte da memória e de testemunhos históricos, isto é, fazem parte e são agentes de comunicação da História. Analogamente, é uma espécie de “Fio de Ariadne” ao resgatar e conduzir a lembrança, o testemunho e a memória social.  Por ter a função de (ou por permitir se usado para) ilustrar, informar e ensinar algo do passado, o cartão postal pode ser compreendido como um objeto de uso didático pedagógico no processo de ensino aprendizagem.

Texto 2 - A história do cartão postal (material apresentado em reunião on line por Ronaldo Campos – em dezembro de 2020) 

 O século XIX é por excelência a era da imagem exposta e multiplicada. Há uma verdadeira invasão de diversos canais e suportes culturais paras as imagens. Estas estão em praticamente todos os lugares, do mais íntimo e familiar até as áreas públicas e oficiais: da fotografia aos cartazes publicitários passando também pela multiplicação dos pintores amadores, jornais ilustrados, impressos religiosos, livros escolares, entre tantos outros. É neste contexto que surge o cartão postal. 

Os primeiros exemplares de cartão postal (ou “bilhete postal”) eram ilustrados com gravuras produzidas pelo método da litografia. Surgiram inicialmente como um veículo de comunicação rápida. Esta origem nos remete a ideia de correspondência ou de escrita epistolar. Oficialmente, a sua criação é atribuída ao professor austríaco Emmanuel Hermann no ano de 1869. (MIRANDA, 1985, p. 12) 

Os postais mais antigos eram menores que uma carta, não necessitavam do uso de envelopes, um dos lados era reservado para a mensagem e o outro para o endereço. Possuía uma única imagem - as armas imperiais do então Império Austro-Húngaro e a inscrição em alemão Korrespondenz Karte (cartão de correspondência). Em virtude do preço (custava metade do valor de uma carta simples) e da facilidade, a ideia logo se popularizou e se espalhou por vários países europeus e nos Estados Unidos. 

No Brasil, o cartão postal foi oficialmente lançado por meio do Decreto nº 7695, de 28 de abril de 1880. De acordo com Araujo (2010, p.11), tratava-se de um “inteiro postal, isto é, apenas o cartão com o selo do correio impresso na superfície”. Estes primeiros postais tinham impressos as armas imperiais no ângulo direito superior e sua produção pertencia exclusivamente ao Estado. Além desses aspectos, devia trazer também os seguintes textos impressos: “Bilhete Postal e “neste lado só se escreve o endereço”. No outro lado, não haveria nenhum texto impresso, era o espaço destinado apenas para a mensagem. A sua popularização somente ocorreu após a quebra do monopólio do Estado na sua editoração, comercialização e uso frequente de imagens. 

A introdução da imagem – inicialmente o desenho e depois de algum tempo as fotografias – apesar de ter diminuído o espaço para o texto escrito, permitiu reforçar o conteúdo da mensagem e contribuiu para impulsionar ainda mais esta forma de comunicação. 

Na Europa, os primeiros cartões postais com imagens surgiram por volta de 1870 com os lançamentos de Leon Besnardeau na época da guerra franco prussiana e aos Feldpost korrespondenzkarte (cartão de correspondência de campo), editados na Alemanha, no mesmo período. Enquanto que no Brasil, os primeiros postais com ilustrações são ainda do século XIX. Traziam paisagens brasileiras de fotógrafos descendentes de europeus residentes no Brasil (como por exemplo, Marc Ferrez e Albert Aust), mas ainda eram impressos no exterior. 

Araujo (2010) explica uma das possíveis razões para tanto interesse e fascínio por este gênero textual e imagético. Numa época em que as viagens eram longas e caras, receber (e admirar) um postal de algum lugar do mundo produzia a sensação de uma viagem imaginária por outras paisagens, outras culturas. Entretanto, 


    [...] o Brasil teve a sua “Idade do Ouro” do cartão-postal, que compreendeu as três primeiras décadas do século XX. Conforme as estatísticas oficiais, de 1907 a 1912, o correio distribuiu 81.963.858 postais em todo o Brasil. (ARAUJO, 2010, p. 12) 


 Tal estimativa não é de se espantar, pois: 


                                                                 O remetente, além de autor da escrita postal, tinha a                possibilidade de se manifestar como autor da imagem,  produzindo os próprios cartões, que poderiam ser constituídos por pinturas, desenhos, caricaturas, bordados ou colagens. Nestes casos, o autor-remetente tornar-se-ia também autor-produtor da imagem. O fato de a parte do verso dos bilhetes ser vendida separadamente, sobre o qual eram coladas estas imagens produzidas, viabilizava sua aceitação pelos Correios. (VELOSO, 2001,   p. 702) 


A partir de toda a evolução das técnicas de impressão e do campo das artes, era possível registrar nos postais os mais diferentes tipos de imagens, como por exemplo, os fatos históricos, sociais, culturais e humanísticos, fazendo dos postais um rico e vasto documentário sobre a sociedade de diferentes épocas.  



sábado, 24 de maio de 2025

Meu nome é Ronaldo Campos, sou professor de história e filosofia, e atuo também como pesquisador com ênfase em história cultural, especialmente na história da arte e de Belo Horizonte. Esta semana, tive a alegria de lançar na Amazon o livro "Histórias Inspiradoras: as biografias que moldaram o Instituto de Educação de Minas Gerais". Coincidindo com o lançamento, começamos a distribuir exemplares para diversas bibliotecas e importantes instituições culturais aqui em Minas Gerais. Recentemente, tive a oportunidade de responder a algumas perguntas sobre a obra, e decidi disponibilizar a transcrição dessa entrevista aqui. Espero que gostem!
Entrevista com o autor de "Histórias Inspiradoras" (Transcrição da roda de conversa para o lançamento do livro)


Entrevistador: Como surgiu a ideia de fazer um livro de biografias de antigos diretores do IEMG? 

 Ronaldo Campos: O livro é o resultado de um projeto antigo que permaneceu parcialmente inédito por anos. Eu sempre quis criar um livro de biografias inspirado nas fotografias da galeria de diretores. Meu desejo era que aqueles nomes que víamos em livros e teses sobre a Escola Normal e o IEMG fossem reconhecidos, ganhassem significado, e que tivéssemos a chance de entender quem eram essas pessoas e o que elas representavam. Antes do livro, parte dessa pesquisa foi utilizada tanto nos textos da Revista Pedagógica do IEMG quanto no programa que fizemos na Web Rádio Educare, 47 – a voz do IEMG. Esses materiais sempre geravam muito interesse e levantavam mais questionamentos.
Entrevistador: Qual a relevância de um projeto com essa origem, que busca resgatar a história através das biografias dos diretores? 

Ronaldo Campos: A relevância do livro reside no fato de que o conhecimento da história das pessoas que contribuíram para a construção dessa escola pode promover, tanto no corpo discente quanto no docente do próprio IEMG (e de outras escolas públicas de Minas), um "sentimento de pertencimento e o desejo de preservar a memória e a história desta importante escola". É crucial mencionar que, em muitos dos casos abordados no livro, havia pouco ou quase nenhum material disponível. Portanto, a obra traz um aspecto de ineditismo que pode ser de grande valia para quem pesquisa a história da educação em Minas Gerais.
Entrevistador: Como as histórias de liderança, paixão e compromisso dos diretores podem inspirar esse sentimento nas novas gerações? 

Ronaldo Campos: Mais do que uma simples coleção de biografias, o livro pode ser descrito como "uma jornada pelos corredores do tempo, uma reverência aos que dedicaram suas vidas à educação e um farol para aqueles que trilham o mesmo caminho". Ele serve como inspiração e orientação tanto para futuros educadores quanto para a própria instituição.
Entrevistador: Você considera que esse livro é um legado para o futuro? 

Ronaldo Campos: Acredito que este livro pode, sim, ser chamado de "um refúgio para a memória, um portal para o passado e um guia para o futuro". A obra consegue preservar o legado do IEMG e, ao mesmo tempo, oferece perspectivas valiosas para os desafios e as transformações futuras da educação.
Entrevistador: Como o livro foi estruturado? 

Ronaldo Campos: O livro é dividido em uma primeira parte introdutória, onde apresento um pouco da minha trajetória e os motivos que me levaram a realizar essa pesquisa e, consequentemente, a escrever o livro. Nessa seção, também abordo algumas questões mais técnicas e teóricas. O restante do livro está dividido em três partes. Em cada uma delas, faço um histórico da escola onde esses homens e mulheres atuaram. A primeira parte é dedicada à Escola Normal Modelo de Belo Horizonte, com as biografias de Aurélio Pires, Cypriano José de Carvalho, Arthur Joviano, Arduíno Bolívar, Edgard Renault Coelho, Firmino Costa, Maria José de Melo Paiva Portugal e Tabajara Pedroso. A segunda parte concentra-se na história da Escola de Aperfeiçoamento de Belo Horizonte e de seus diretores: Lúcio José dos Santos e Amélia de Castro Monteiro. Por fim, a terceira parte é dedicada ao Instituto de Educação de Minas Gerais, destacando Emanuel Brandão Fontes, Mário Casasanta, Leôncio Ferreira do Amaral, José Mesquita de Carvalho, Raymundo Nonato Fernandes, Iris Barbosa Goulart, Maria Therezinha Machado Zica, Zélia de Andrade de Paiva e Maria Antonieta Mourão.
Entrevistador: Por que você não fez um livro da história desta instituição centenária? 

Ronaldo Campos: Já existe um texto sobre a história da instituição em um estado bem avançado. Provavelmente, vou lançar a história do Casarão Rosado da educação em breve! Por enquanto, espero que este livro seja útil. O livro está disponível no site da Amazon


domingo, 17 de outubro de 2021

"O Legado da Educação: Descubra as Vidas que Construíram o IEMG"

 "Histórias que Moldaram o IEMG: Uma Jornada Pela Educação Mineira"



O livro "Histórias Inspiradoras: As Biografias que Moldaram o Instituto de Educação de Minas Gerais", disponível na Amazon.com.br, é a culminação de anos de dedicação como professor e pesquisador. Desde 2002, atuo no próprio Instituto de Educação de Minas Gerais e, paralelamente, tive o privilégio de lecionar em cursos de formação de professores na graduação do UNI-BH, desde o final dos anos 1990 até o período que antecedeu a pandemia. 

Durante toda essa trajetória, dediquei-me à pesquisa independente sobre a história de Belo Horizonte e, especialmente, à história da educação em nosso estado. Esse vasto conhecimento não apenas subsidiou minhas aulas, tanto no ensino fundamental quanto na graduação, mas também impulsionou a elaboração de projetos de preservação patrimonial e de história oral.

 


Meu objetivo sempre foi claro: instigar nos alunos um profundo sentimento de pertencimento e valorização da nossa história e do rico patrimônio histórico-cultural de nossa cidade. Do Ensino à Publicação: Projetos que Deixaram Marcas Toda essa pesquisa e vivência culminaram em projetos de grande impacto, como a Revista Pedagógica do IEMG. Executada por uma década, essa iniciativa resultou em publicações impressas bienais, com tiragens superiores a cinco mil exemplares distribuídos gratuitamente, disseminando conhecimento e valorizando a produção pedagógica. Além da revista, fomos pioneiros com nossos programas na web rádio. Por quase quatro anos, mantivemos mais de vinte programas, sendo um deles o "Eu Te Conto", que me era particularmente querido. Esse programa buscava resgatar a história do IEMG a partir de curiosidades e fatos que, muitas vezes, não eram encontrados em livros didáticos ou teses acadêmicas, revelando nuances e detalhes fascinantes da trajetória da instituição.

Uma abordagem inédita, uma vez que sobre o IEMG a bibliografia ainda é bastante restrita.

 

O livro "Histórias Inspiradoras: As Biografias que Moldaram o Instituto de Educação de Minas Gerais" é, de fato, uma obra singular. Ele traz à luz muito conteúdo inédito, tornando-se uma ferramenta valiosa para pesquisadores da história da educação em Minas Gerais. Mais do que uma simples coletânea de biografias, este livro pode ser descrito como "uma jornada pelos corredores do tempo, uma reverência aos que dedicaram suas vidas à educação e um farol para aqueles que trilham o mesmo caminho".

 

Acredito que ele se firmará como "um refúgio para a memória, um portal para o passado e um guia para o futuro". A obra não só preserva o riquíssimo legado do IEMG, mas também oferece perspectivas essenciais para compreendermos os desafios e as transformações futuras da educação, inspirando novas gerações de educadores e gestores.

 


A Estrutura da Obra:

 

Mergulhando na História Conforme compartilhei em uma recente roda de conversa (cuja transcrição já está disponível), o livro é dividido em três partes distintas, cuidadosamente elaboradas para conduzir o leitor por essa linha do tempo educacional. 

A primeira parte é introdutória, onde apresento minha trajetória, as motivações por trás dessa pesquisa e as bases teóricas e técnicas que nortearam a elaboração do livro. 

O restante da obra é dedicado à história e aos diretores de cada fase da instituição: Primeira Parte: Dedicada à Escola Normal Modelo de Belo Horizonte, com as biografias de Aurélio Pires, Cypriano José de Carvalho, Arthur Joviano, Arduíno Bolivar, Edgard Renault Coelho, Firmino Costa, Maria José de Melo Paiva Portugal e Tabajara Pedroso. Segunda Parte: Concentra-se na história da Escola de Aperfeiçoamento de Belo Horizonte e seus diretores: Lúcio José dos Santos e Amélia de Castro Monteiro. Terceira Parte: Inteiramente dedicada ao Instituto de Educação de Minas Gerais, destacando Emanuel Brandão Fontes, Mário Casasanta, Leôncio Ferreira do Amaral, José Mesquita de Carvalho, Raymundo Nonato Fernandes, Iris Barbosa Goulart, Maria Therezinha Machado Zica, Zélia de Andrade de Paiva e Maria Antonieta Mourão.

 


Detalhes da Obra:

  • Nome: Histórias Inspiradoras: As Biografias que Moldaram o Instituto de Educação de Minas Gerais
  • Autor: Ronaldo Campos
  • Editora: Diversa
  • Ano de Publicação: 2024
  • Número de Páginas: 174
  • ISBN: 978-65-85963-33-6

email do autor: ronaldo.campos@educacao.mg.gov.br